Reforma Tributária e o Comércio: como a CBS e o IBS vão impactar lojistas e varejistas?

Reforma Tributária no setor de serviços: impactos da CBS e do IBS nas empresas brasileiras

A Reforma Tributária está prestes a mudar a forma como o comércio brasileiro calcula e paga impostos. A substituição de PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS por dois novos tributos — a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) — promete simplificação, mas também levanta dúvidas entre empresários do varejo, atacado e e-commerce.

Se você é comerciante, provavelmente já se perguntou: a Reforma Tributária vai aumentar os impostos das lojas? ou “como a CBS e o IBS vão afetar os preços e a competitividade?. Essas são as questões que vamos responder de forma prática e consultiva ao longo deste artigo.

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Quais são as principais mudanças para o comércio com a Reforma Tributária?

O comércio hoje lida com múltiplos tributos: ICMS, ISS, PIS, Cofins e IPI. Cada um tem regras próprias, prazos e legislações distintas. A Lei Complementar nº 214/2025 trouxe a unificação desses impostos em dois: CBS (federal) e IBS (estadual/municipal).

No caso das lojas e do varejo, a maior mudança está na forma de apuração. Hoje, muitos tributos são cumulativos, gerando o chamado “efeito cascata”. Com a não cumulatividade plena, a lógica será diferente: cada compra gera créditos e cada venda gera débitos.

Na prática, isso significa que um supermercado que compra insumos ou mercadorias de fornecedores no lucro real poderá aproveitar integralmente os créditos de IBS e CBS. Por outro lado, ao comprar de uma empresa do Simples Nacional tradicional, esse crédito será menor, o que pode influenciar decisões de compra.

O comércio vai pagar mais imposto com a Reforma Tributária?

Essa é uma das perguntas mais buscadas por empresários. A resposta depende da estrutura de custos de cada negócio.

Para o varejo, que muitas vezes tem margens apertadas, o impacto pode ser expressivo. Estimativas indicam que a alíquota somada de CBS + IBS ficará entre 25% e 27%, o que representa aumento em relação às atuais alíquotas de ICMS (2% a 18%) e ISS (2% a 5%).

Um exemplo prático: uma loja de roupas que hoje paga cerca de 3,65% de PIS/Cofins cumulativo e 12% de ICMS pode ver sua carga subir, dependendo da quantidade de créditos aproveitáveis. Se boa parte de seus custos for com folha de pagamento, esses valores não gerarão crédito e a carga efetiva será maior.

Portanto, não se trata de afirmar que “todo comércio vai pagar mais”, mas sim de reforçar a necessidade de planejamento tributário e simulações personalizadas.

Como o split payment vai impactar o comércio?

Um dos pontos mais sensíveis para o comércio é o split payment. Diferente do sistema atual, no qual o lojista recebe o valor integral da venda e depois recolhe os tributos, com a Reforma os impostos serão destacados e retidos automaticamente no ato do pagamento.

Exemplo: uma venda no cartão de crédito de R$ 1.000,00 terá o valor da CBS e do IBS já retido pelo sistema de pagamento, e apenas o líquido será repassado ao comerciante.

Isso traz transparência para o fisco, mas afeta diretamente o fluxo de caixa das empresas, que não terão mais o imposto em mãos até a data de vencimento. Para o comércio varejista, que depende de capital de giro rápido, esse é um ponto de alerta e exige revisão das estratégias financeiras.

O setor de comércio pode perder competitividade?

A competitividade vai depender do tipo de fornecedor e do regime tributário adotado. Lojas que compram de indústrias no lucro real terão mais créditos para compensar, reduzindo custos. Já aquelas que dependem de fornecedores do Simples Nacional podem perder competitividade, pois esses fornecedores repassarão menos créditos.

Esse cenário pode levar grandes redes a priorizarem fornecedores fora do Simples, afetando pequenos comércios. Além disso, com os impostos destacados “por fora” na nota fiscal, os consumidores verão claramente os tributos, o que pode gerar pressão em negociações e margens de lucro.

Como o comércio deve se preparar para a Reforma Tributária?

Preparar-se não é mais uma opção, mas uma necessidade. Algumas ações estratégicas incluem:

  • Simulações de impacto tributário: entender a diferença entre o modelo atual e o futuro, comparando margens, precificação e contratos.
  • Mapeamento de créditos: identificar quais despesas e fornecedores podem gerar créditos tributários significativos.
  • Revisão de contratos: incluir cláusulas que permitam o repasse automático de alterações tributárias.
  • Gestão de fluxo de caixa: ajustar prazos de pagamento e recebimento para enfrentar os impactos do split payment.
  • Investimento em tecnologia e compliance: atualizar sistemas fiscais (ERP) para lidar com CBS e IBS e garantir escrituração correta.

Conte com a Facilitta Contabilidade para preparar sua empresa do comércio

A Reforma Tributária não é apenas uma mudança técnica: ela impacta diretamente a competitividade do comércio, seja no varejo físico ou no e-commerce. A nova sistemática de impostos, a não cumulatividade plena e o split payment vão exigir maior controle financeiro e uma revisão profunda na precificação e nos contratos. Quem não se preparar poderá enfrentar aumento de carga tributária, redução de margem e até perda de mercado.

Por isso, a Facilitta Contabilidade se coloca como parceira estratégica para o comércio nesse novo cenário. Nossa equipe realiza simulações personalizadas, analisa impactos no fluxo de caixa, identifica oportunidades de créditos e orienta na renegociação de contratos. Com um planejamento tributário robusto, ajudamos sua empresa a transformar a Reforma em uma oportunidade de crescimento, e não em um obstáculo.

FAQ – Perguntas frequentes sobre a Reforma Tributária no comércio

Como a Reforma Tributária vai impactar as empresas de comércio?


A principal mudança para o comércio é a substituição do ICMS e ISS pelo IBS e do PIS/Cofins pela CBS. Isso significa que a carga tributária passará a ser calculada com base no IVA Dual, que tem previsão de alíquota entre 25% e 27%. Para empresas varejistas, o destaque é que os impostos serão cobrados “por fora” da nota fiscal, tornando o preço final mais transparente para o consumidor.

O comércio vai pagar mais impostos com a Reforma Tributária?


Depende do segmento e da estrutura de custos. Para empresas que têm grande volume de insumos que geram créditos tributários, o impacto pode ser menor. Já os pequenos varejistas, que têm menos despesas dedutíveis, podem sentir maior aumento da carga. Por isso, o planejamento tributário será essencial para entender se haverá necessidade de reajustar preços ou rever contratos.

Quais setores do comércio podem ser mais prejudicados?


Pequenos lojistas e empresas que vendem diretamente ao consumidor final (B2C) tendem a ser mais impactados, pois terão menos créditos tributários para abater da CBS e do IBS. Já segmentos que atuam em cadeias produtivas mais longas, como atacadistas e distribuidores, podem compensar parte da carga com créditos, reduzindo o impacto.

Qual setor vai pagar menos impostos com a Reforma Tributária?


Setores considerados essenciais, como alimentação, saúde e educação, terão alíquotas diferenciadas ou reduções previstas na Lei Complementar nº 214/2025. No comércio, produtos da cesta básica, por exemplo, terão tributação reduzida, o que pode favorecer supermercados e atacadistas que trabalham com esses itens.

Como a Reforma Tributária vai afetar os preços para o consumidor?


Os preços no comércio poderão sofrer ajustes devido ao destaque dos tributos “por fora” na nota fiscal. O cliente verá claramente o valor do imposto, o que pode gerar mais sensibilidade ao preço. Empresas que não planejarem bem sua precificação podem perder competitividade.

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Tags :
Reforma Tributária,Tributário

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