Reforma Tributária e o setor de serviços: o que muda e como se preparar

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A Reforma Tributária é uma das maiores transformações já implementadas no sistema de impostos do Brasil. E quando falamos do setor de serviços, o impacto tende a ser profundo. Embora o discurso oficial seja de simplificação e modernização, o resultado prático para prestadores de serviços pode representar aumento de carga tributária, revisão de contratos e necessidade de ajustes de preços.

Neste artigo veremos como a Reforma Tributária afeta as empresas de serviços, quais mudanças já estão definidas em lei, se haverá redução de alíquotas para alguns segmentos e de que forma os empresários podem se preparar para não perder competitividade.

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Quais são as mudanças específicas para o setor de serviços?

O atual sistema de tributação dos serviços é formado por ISS (2% a 5%), PIS e Cofins em algumas atividades. Essa lógica muda a partir de 2027, quando entra em vigor a CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), e gradualmente até 2033, com o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços). Ambos formam o IVA Dual, que substituirá cinco tributos atuais.

A grande novidade está na não cumulatividade plena: todas as empresas poderão se creditar dos impostos pagos nas compras de bens e serviços. Isso beneficia setores como indústria e comércio, mas coloca os serviços em desvantagem, já que a maior parte das suas despesas está na folha de pagamento — que não gera crédito.

Ou seja: enquanto indústrias poderão reduzir parte da carga, empresas de serviços podem pagar até 25%–27% sobre o faturamento, contra os atuais 2% a 5% de ISS. Isso exige replanejamento financeiro e estratégico imediato.

Haverá redução de alíquotas para alguns serviços?

Sim, mas em escala limitada. A Lei Complementar 214/2025 criou reduções parciais para alguns segmentos, buscando mitigar o impacto.

  • Redução de 60%: serviços de saúde (hospitais, clínicas, laboratórios, odontologia, fisioterapia, psicologia etc.), educação básica e transporte coletivo urbano e metropolitano.
  • Redução de 30%: profissionais liberais regulamentados, como médicos, advogados, engenheiros, arquitetos, contadores, administradores, economistas, entre outros.
  • Isenção: casos específicos, como transporte público urbano essencial e atividades ligadas à Zona Franca de Manaus.

No entanto, mesmo com a redução, a alíquota efetiva pode ser maior que a atual. Exemplo: hoje uma clínica médica paga ISS de 2% a 5%. Com a redução de 60% sobre um IVA estimado em 26%, ainda assim a carga ficará próxima de 10%, ou seja, o dobro do que se paga atualmente.

O setor de serviços pode perder competitividade?

Esse é um ponto crucial. A competitividade depende não apenas da alíquota, mas também da capacidade de gerar créditos tributários.

Empresas do setor de serviços que vendem para outras empresas — como escritórios de advocacia que atendem corporações ou empresas de tecnologia que prestam serviços a indústrias — podem perder clientes, já que os tomadores buscarão prestadores que concedam mais créditos tributários.

Outro risco está nos contratos de longo prazo. Como a CBS e o IBS serão destacados na nota fiscal (“por fora”), prestadores terão de justificar aumentos de preços diretamente aos clientes. Sem cláusulas de repasse, a margem de lucro pode ser corroída rapidamente.

Portanto, a resposta à pergunta “o setor de serviços vai perder competitividade, sim ou não?” é: sim, existe um risco real de perda de competitividade, principalmente para empresas que não revisarem sua estrutura tributária, contratos e modelo de precificação.

Como as empresas de serviços podem se preparar?

A preparação não pode ser adiada. A Reforma Tributária tem cronograma definido (2026 a 2033), e cada ano de transição exigirá mais profissionalismo na gestão tributária.

  1. Planejamento tributário profundo – simular cenários no lucro presumido e no lucro real para entender se uma migração pode reduzir custos. Empresas de serviços com alta despesa operacional podem se beneficiar no lucro real, enquanto outras devem manter o regime atual.
  2. Revisão de contratos e precificação – incluir cláusulas de repasse automático dos tributos, já que eles serão destacados nas notas. Isso evita disputas comerciais e protege a margem de lucro.
  3. Mapeamento de créditos possíveis – ainda que a folha não gere crédito, há espaço para reduzir custos com insumos, energia, telecomunicações e aluguel. Esse levantamento deve ser contínuo.
  4. Investimento em compliance e tecnologia – a transição exigirá ajustes em sistemas de ERP, emissão de notas fiscais e relatórios. Sem tecnologia, o risco de erros e autuações aumenta.
  5. Capacitação da equipe de gestão e finanças – o novo modelo exige conhecimento atualizado. Quem dominar o sistema terá mais facilidade para negociar e se manter competitivo.

Facilitta Contabilidade: a parceira certa para empresas de serviços na Reforma Tributária

Na Facilitta Contabilidade, sabemos que o setor de serviços será um dos mais impactados pela Reforma Tributária. Nosso papel é ajudar empresários a entender o impacto real em seus negócios, revisar contratos, precificar corretamente e simular cenários tributários.

Não espere para agir: quanto antes sua empresa se preparar, menores serão os riscos e maiores as oportunidades de se manter competitiva.

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FAQ – Perguntas frequentes sobre a Reforma Tributária no Setor de Serviços

A carga tributária do setor de serviços vai aumentar com a Reforma Tributária?


Sim, a tendência é de aumento, especialmente para empresas de serviços enquadradas no Lucro Presumido ou Simples Nacional tradicional. Isso acontece porque a maior parte das despesas do setor vem da folha de pagamento, que não gera créditos tributários no novo modelo. Enquanto hoje muitas empresas pagam ISS entre 2% e 5% + PIS/Cofins cumulativos (3,65%), a nova alíquota do IVA Dual (CBS + IBS) deve ficar em torno de 25% a 27%. Mesmo com reduções para alguns segmentos, o impacto pode ser relevante.

Haverá alíquotas reduzidas para determinados serviços?


Sim. A legislação prevê reduções de alíquota para setores considerados essenciais:
60% de redução → serviços de saúde, educação e transporte coletivo.
30% de redução → profissionais liberais, como médicos, advogados, engenheiros e contadores.
Mesmo assim, a carga final pode ser superior à atual, porque o ponto de partida da CBS + IBS é alto. Por isso, empresas devem fazer simulações para entender se a redução é suficiente para manter a competitividade.

Profissionais liberais e pequenas empresas do setor de serviços perderão competitividade?


Existe um risco real de perda de competitividade, principalmente para negócios que atendem outras empresas (B2B). Isso porque, no novo modelo, clientes irão valorizar fornecedores que gerem créditos de CBS e IBS. Se o prestador estiver no Simples tradicional, o crédito transferido será limitado, enquanto empresas do Lucro Real ou do Simples Regular poderão transferir créditos cheios. Isso pode fazer grandes clientes priorizarem prestadores fora do Simples, forçando pequenas empresas a repensar seu enquadramento.

Vale a pena migrar do Simples Nacional para o Simples Regular, Lucro Presumido ou Lucro Real?


Não existe resposta única, porque depende do perfil de cada empresa. Se a maior parte dos clientes for pessoa física (exemplo: clínicas médicas ou academias), pode ser vantajoso permanecer no Simples tradicional, já que pessoas físicas não utilizam créditos. Agora, se a empresa vende majoritariamente para outras pessoas jurídicas (consultorias, tecnologia, advocacia), talvez seja estratégico avaliar o Simples Regular ou até o Lucro Real, pois nesses regimes o cliente aproveita mais créditos e a empresa se mantém competitiva.

Como as empresas de serviços podem se preparar para a Reforma Tributária?


O primeiro passo é realizar simulações tributárias com base no faturamento e nas despesas atuais. Depois, é essencial mapear contratos e cláusulas tributárias, já que a CBS será destacada “por fora” e poderá alterar a precificação. Também é importante investir em sistemas de gestão fiscal para controlar créditos e débitos com mais precisão, além de treinar equipes de contabilidade e finanças. A preparação antecipada pode evitar perda de clientes e margens.

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Reforma Tributária,Tributário

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