O QUE VOCÊ VAI CONHECER NESSE CONTEÚDO?
ToggleO Simples Nacional na Reforma Tributária é um dos pontos mais debatidos entre pequenos empresários e contadores. Embora o regime não vá acabar, suas regras passam por mudanças relevantes que podem impactar a competitividade das micro e pequenas empresas — principalmente as que vendem para outras empresas.
A partir de 2027, com o fim do crédito presumido de PIS e Cofins e a criação da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), o funcionamento do Simples ganha novas dinâmicas. Empresas que não se planejarem podem perder espaço para concorrentes que consigam repassar créditos integrais.
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Neste artigo, você vai entender como ficará a geração de créditos no Simples Nacional, se o regime perderá competitividade e quando pode ser mais vantajoso migrar para o Simples Regular, Lucro Presumido ou Real.
O Simples Nacional vai acabar com a Reforma Tributária?
Não. O Simples Nacional continua existindo como regime especial de tributação simplificada para micro e pequenas empresas.
O que muda é que surge o Simples Regular, uma nova alternativa dentro do próprio regime. Nesse modelo, a empresa continua no Simples, mas recolhe CBS e IBS “por fora” do DAS, o que permite repassar créditos integrais para seus clientes — algo essencial em negociações B2B.
Já no Simples Tradicional, os créditos transferidos serão limitados ao valor efetivamente pago na guia, reduzindo sua atratividade em operações entre empresas.
Portanto, o Simples não acaba, mas os empresários precisarão avaliar se permanecem no modelo atual ou se aderem ao Simples Regular para preservar competitividade.
Como ficará a geração de créditos no Simples Nacional?
O creditamento no Simples Nacional é um dos temas mais novos e decisivos trazidos pela Reforma Tributária.
Até 2027, clientes do Lucro Real que compram de empresas do Simples se beneficiam do crédito presumido de 9,25% de PIS e Cofins, o que torna fornecedores enquadrados no regime atrativos. Esse benefício, no entanto, será extinto.
No novo cenário:
- Simples Tradicional: créditos limitados ao valor recolhido no DAS. Ou seja, o cliente receberá menos crédito do que antes.
- Simples Regular: créditos integrais, equivalentes ao Lucro Real e Presumido, já que a CBS e o IBS serão destacados e recolhidos fora do DAS.
Exemplo prático: imagine um supermercado no Lucro Real. Ele pode comprar de um fornecedor no Simples Tradicional, que gera créditos reduzidos, ou de outro no Simples Regular, que gera créditos integrais. A escolha mais lógica será pelo segundo, já que isso diminui seu custo tributário.
Esse exemplo mostra que o crédito tributário passa a ser uma ferramenta estratégica de vendas. Empresas do Simples que ignorarem esse detalhe podem perder clientes relevantes.
O Simples vai perder competitividade, sim ou não?
A resposta depende do tipo de cliente atendido.
- Empresas B2C (que vendem para consumidores finais, como lojas, academias, clínicas, restaurantes e comércios locais)
Nesse caso, não há perda de competitividade significativa. Como pessoas físicas não se beneficiam de créditos tributários, a escolha do consumidor não será impactada. - Empresas B2B (que vendem para outras empresas, como fornecedores, prestadores de serviços e distribuidores)
Aqui o risco é alto. Clientes do Lucro Real e Presumido tendem a preferir fornecedores que repassem créditos integrais. Empresas que permanecerem no Simples Tradicional podem ver sua atratividade cair e perder espaço no mercado.
Visão gerencial: o empresário precisa olhar além da carga tributária e entender como o regime escolhido impacta preço, negociação e retenção de clientes estratégicos. Competitividade não é apenas pagar menos imposto, mas também oferecer condições fiscais que tornem seus produtos e serviços mais atraentes.
Vale a pena migrar para o Lucro Presumido, Real ou optar pelo Simples Regular?
Essa decisão é estratégica e exige análise individual.
- Simples Tradicional: continua atrativo para empresas que vendem direto ao consumidor final.
- Simples Regular: indicado para empresas B2B que precisam repassar créditos integrais e manter contratos com clientes maiores.
- Lucro Presumido: pode ser opção para empresas de margens médias, mas a CBS em 9,25% precisa ser considerada.
- Lucro Real: favorece negócios que geram muitos créditos (indústrias, comércio atacadista, empresas de alto consumo de insumos), mas exige gestão fiscal avançada.
📌 A melhor escolha depende do perfil de clientes, margens de lucro e estratégia de crescimento. Por isso, simulações e planejamento tributário são indispensáveis.
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O Simples Nacional não vai acabar com a Reforma Tributária, mas a dinâmica de créditos tributários muda de forma significativa a partir de 2027.
Empresas que vendem diretamente ao consumidor final não devem sentir grandes impactos, já que pessoas físicas não utilizam créditos tributários. Porém, quem vende para outras empresas precisa se preparar: esses clientes passarão a exigir notas fiscais com créditos integrais, e fornecedores que não conseguirem atender essa demanda correm risco de perder contratos.
O Simples Regular surge como alternativa dentro do próprio regime, permitindo repasse integral de créditos de CBS e IBS. Já o Lucro Presumido e o Lucro Real também podem ser opções, dependendo do perfil de clientes e da estrutura de custos da empresa.
Esse é o momento de avaliar cenários, simular impactos e revisar contratos. Não se trata apenas de escolher um regime tributário, mas de adotar uma estratégia de negócios inteligente diante das novas regras.
FAQ – Perguntas Frequentes sobre o Simples Nacional na Reforma Tributária
1. O Simples Nacional vai acabar em 2027?
Não. O regime continua, mas o empresário deve avaliar se permanece no Simples Tradicional ou migra para o Simples Regular para preservar competitividade.
2. Como ficará o crédito das empresas do Simples?
O crédito presumido de PIS e Cofins (9,25%) acaba em 2027. No Simples Tradicional, os créditos são reduzidos. No Simples Regular, são integrais, iguais ao Lucro Real e Presumido.
3. O Simples vai perder competitividade, sim ou não?
Depende. Empresas que vendem para o consumidor final não sentirão impacto. Já fornecedores B2B que continuarem no Simples Tradicional podem perder espaço para concorrentes no Simples Regular, Lucro Presumido ou Real.
4. O fim do crédito presumido torna o Simples inviável?
Não. Para negócios B2C, o Simples continua competitivo. Mas para B2B, pode perder força caso não se adapte.
5. Vale a pena migrar para o Lucro Presumido ou Real?
Para alguns negócios, sim. Empresas com maior geração de créditos podem se beneficiar do Lucro Real. Outras podem optar pelo Lucro Presumido ou pelo Simples Regular. Tudo depende do perfil de clientes e margens.
6. O que é o Simples Regular?
É a nova opção dentro do Simples onde a empresa recolhe CBS e IBS fora do DAS, gerando créditos integrais para os clientes. É uma solução para manter competitividade em contratos B2B.